domingo, 19 de dezembro de 2010

The end...



Hoje acordei decidida a ter a nossa última conversa, aquela que definiria exatamente o meu destino. Aquela que me tiraria das nuvens, e que realmente me fizesse entender o que está acontecendo entre a gente. Aquela que me desse uma luz no fim do túnel, pois nos últimos meses, me sinto como se estivesse andando em uma estrada escura e vazia, sem rumo e sem direção.
Tomei coragem e disquei o seu número, chamou uma, duas... mas antes que você pudesse atender, desliguei. Covarde, assumo. Passei a manhã inteira criando um discurso convincente, capaz de acabar de vez com essa agonia, e te fazer entender de uma vez por todas que não dá para continuar vivendo assim.
O celular tocou, congelei. Era você:

      - Alô? Você me ligou?                                                    
  • Aham. É que a gente precisa conversar - eu disse depressa
  • Aconteceu alguma coisa?
  • Não, mas já vem acontecendo há um certo tempo
  • Ta, então pode ser naquele lugar onde a gente costumava se ver?
  • Aham, pode ser. Daqui a uma hora estarei lá te esperando.

Me arrumei como no nosso primeiro encontro, estava nervosa, minhas mãos suavam descontroladamente, minhas pernas tremiam como nunca antes. Fiquei lá lembrando de tudo o que já vivemos. Realmente, três anos é muito tempo, não tem como negar. Nesses últimos anos, você sempre esteve ali, do meu lado, nem que fosse indiretamente. A verdade é você faz uma grande parte da minha história. Era impressionante como você me irritava, e tudo era motivo de briga. A verdade é que a gente sempre brigou muito, e hoje, vejo que a gente perdeu muito tempo se desentendendo. Sempre fui mimada, mandona, superficial, fútil e a ‘dona da verdade’ e isso te irritava profundamente, assim como você também me irritava com aquela mania de se achar o melhor, e que tudo tinha que acontecer do jeito que você queria. Sempre fomos muito diferentes e esse sempre foi o nosso maior problema.. Errei muito com você, e você não tem noção de como eu me arrependo disso (...)
Cheguei no lugar marcado, e você como sempre, estava atrasado. Olhei em volta, ah... a pracinha! Nossa! Quanto tempo! Já havia um tempinho que eu não ia até lá, aquela era a “nossa pracinha”, assim como havia o “nosso quarteirão”, o “nosso restaurante”, a “nossa música”, o “nosso filme” e tudo o mais que fazia parte da nossa história.
Olhei para frente e não pude conter o sorriso, lá na frente vinha vindo você, todo desengonçado, e com a ‘minha’ camisa preferida. Ao me ver, correu ao meu encontro, mas para meu desapontamento, não acenou, não me cumprimentou, não me deu um beijo, nem sequer aquele beijo na testa que você tanto tinha mania de me dar. Chegou e já foi logo dizendo:
- O que houve? O que aconteceu? O que você quer falar comigo? – a urgência na voz mostrava que estava preocupado com o que eu tanto queria lhe dizer.
Logo, me apressei a dizer: - Calma, não precisa ficar tão afobado. Eu só quero conversar com você. Primeiramente, oi para você também. E, segundo, lembra que dia é hoje?
- Ah! Desculpa, é que eu tava meio nervoso com o seu telefonema. Oi! – e abriu aquele sorriso que me tira a razão, me deu um beijo na testa, olhou o relógio e continuou: - O que que tem hoje? Não me lembro não... não é seu aniversário... que dia é hoje?
- Hoje faz exatamente três anos que a gente se conheceu. A verdade é que passei essa semana inteira alienada do mundo, pensando em nós e cheguei a conclusão que temos que ter uma conversa definitiva, porque assim, eu não quero mais, cansei de sofrer, cansei de passar noites em claro pensando em você, cansei de passar os sábados sozinha em casa, na esperança que você vai aparecer, vai me ligar... cansei disso.
- Mas o que você quer que eu faça? A culpa não é minha. Você sabe disso.
- Eu sei que a culpa não é sua, é nossa. NÓS que erramos. Eu só quero que você diga que ainda me ama, assim como eu também te amo, só queria que você largasse tudo e ficasse comigo, porque eu sei que a gente tem muito o que viver, que a gente ainda vai ser muito feliz e tenho certeza que a nossa história ainda não acabou – ao dizer isso as lágrimas começaram a escorrer descontroladamente. Você me abraçou e disse:
- Eu te amo muito, a verdade é que eu sempre te amei, durante esses três anos, mas agora já é tarde demais, eu sinto muito, mas eu não posso largar tudo para ficar com você, não posso magoar a M*, a gente já teve a nossa chance, mas acabou. Eu sinto muito, mas acabou. Não vou dizer que não te amo mais, que já te esqueci faz tempo, porque isso não é verdade. Eu sou quem sou graças a você, você me transformou nesse cara responsável e maduro que sou hoje. Você é muito importante para mim e continuará sendo para sempre. Mas não posso fazer isso.
Enxuguei as lágrimas, levantei, ajeitei a roupa e sai. Não havia mais o que falar, não iria ficar ali me humilhando e me rebaixando. Antes de atravessar a rua, você me puxou e falou:
-Quando eu disse que te amo, eu não falei da boca pra fora, eu te amo, de verdade, muito. Mas eu não sou o cara certo para você, você merece muito mais do que eu posso te dar, e a gente não dá certo junto, quantas vezes a gente já tentou? Eu já até perdi as contas. Nesses três anos, a gente já terminou e voltou tantas vezes, e dessa vez não seria diferente. Desculpa. Eu não quero te machucar, não quero te fazer sofrer, não quero te ver chorar. Quero te ver sorrindo, e que encontre a pessoa certa, porque eu não sou o certo para você. Espero que você encontre um cara que possa te fazer sorrir e que ele seja tudo o que eu tentei ser, mas não consegui. Eu te amo, mas não dá mais. – tirou a medalhinha que usava no pescoço, botou em torno do meu e disse: - Essa medalhinha é para você nunca esquecer de mim, e que ela te proteja sempre, assim como já me protegeu, pois eu não estarei mais aqui para te amparar.
Te olhei e dessa vez não consegui dizer mais nada, apenas te abracei, e desejei nunca mais sentir aquilo que estava sentindo, era uma dor que não tem explicação. E alguma coisa me dava certeza, que aquilo não acabaria ali, daquela forma. O apertei com toda a minha força contra meu peito, e chorei até não haver mais lágrimas para derramar, mais uma vez me recompus e lhe disse:
-Eu te amo, e não vou desistir tão fácil assim. Eu sei que a nossa história ainda não acabou. Eu vou seguir meu caminho, mas fique sabendo que sempre estarei aqui, pronta para largar tudo para correr para os seus braços. Sempre estarei aqui a sua espera.
Atravessei a rua sem olhar para trás, e segui o meu caminho como havia dito.

Que não importa o tempo que for
Eu vou te esperar, eu vou te esperar...






7 comentários:

  1. Haa que coisa mais linda!!
    Eu nem consigo explicar o quanto esse texto me tirou do chão... É Perfeito

    "Atravessei a rua sem olhar para trás, e segui o meu caminho como havia dito."

    Eu sei o quanto é dificil fazer isso, ir sem olhar pra coisa que vc mais ama neste mundo, ter q dar adeus para aquilo q vc nunca quer ficar sem...

    ResponderExcluir
  2. Quee triste...
    Maiis liindo.

    Beijo meu,
    Lilly M.

    ResponderExcluir
  3. Nossa! que texto Massa flor... intenso... adorei! lindo teu blog...

    Abraço com carinho!

    ResponderExcluir
  4. Nossa, que lindo e triste ao mesmo tempo..
    mas pelo menos o amor ficou evidenciado nessa conversa!

    isso importa e muito.

    ResponderExcluir
  5. Tsc...
    Queria sentir que isso fosse bonito!!!
    Mas sinceramente, não sei mais!
    Ando achando doentio!
    Abraços!!
    Uma bela história, mas com gosto estranho!!

    ResponderExcluir
  6. Muito lindo esse seu cantinho! Obrigada por me avisar que vc o mudou! ehehe.
    Bom, já q estou aqui...quero lhe oferecer o selinho especial de natal VDG, no canto do blog! Pode pegar,e fla que eu liberei.
    Bjus e more bjus,
    Vicky

    ResponderExcluir