sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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      Todos os dias acordo afoita, com esperanças de que ele estará lá embaixo, na portaria do meu prédio, a minha espera, mas ao descer, me decepciono. Não, ele não está ali como eu presumira. Não responde mais as minhas mensagens, não atende mais meus telefonemas. Depois de quase um mês, ele não apareceu, não deu sinal de vida.
      Será que alguém pode me explicar o que aconteceu? Não sei mais o que pensar, vivo alienada do mundo, perdi a vontade de viver, perdi a vontade de ser quem eu sou. Não vejo mais alegria em fazer nada que antes gostava de fazer. Virei um robô, de casa para a escola, da escola para o inglês, do inglês para casa. Não tenho mais vida social, aos poucos estou perdendo todos os meus amigos, eles já cansaram de tentar me animar, pra eles eu já sou uma causa perdida.
      Queria muito poder acreditar que essa dor vai passar, mas cada dia que passa dói mais...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A despedida

          
      Hoje, ali estava você a minha espera novamente, como antes. Estava com aquele sorriso que me tira de órbita, que me faz perder o controle. Fui ao seu encontro, e confesso que não consegui deixar de sorrir também. Afinal  de contas, acordar e já te encontrar pela manhã, antes da escola, já faz com que meu dia mude completamente.
        Rapidamente, me envolveu em seus braços, mal sabia ele o quanto estava precisando daquele abraço que só ele é capaz de me dar, que me faz esquecer todos os problemas, todos os pesares. Foi me apertando cada vez mais como se tivesse medo de me perder. A dúvida logo tirou o sorriso do meu rosto, não estava entendendo o motivo daquilo tudo.
       Me desvencilhei, olhei para o seu rosto, logo, uma lágrima escorreu e para a minha surpresa várias outras começaram a cair, como uma cachoeira. Nunca te vi chorar, e isso me assustou profundamente, logo você, que me parecia ser tão forte, que ao meu ver era como uma fortaleza, como podia estar chorando daquele jeito? Ao ver minha cara de espanto, logo enxugou as lágrimas, se recompôs, segurou minhas mãos e me pediu: "Nunca me esqueça e nunca duvide do amor que eu sinto por você". Em seguida me abraçou novamente, um abraço tão cheio de urgência, medo e amor, como se fosse uma despedida. Ao pensar nessa hipótese, finquei minhas unhas em suas costas, o apertei como se nada pudesse nos separar. Não demorou muito para que os dois estivessem ali, chorando. Meu celular tocou, era uma amiga, perguntando onde eu estava e que eu já estava atrasada para a primeira aula, desliguei o celular e fiquei olhando para o seu  rosto, procurando qualquer pista capaz de me dizer o que realmente estava acontecendo. A escola podia esperar, meu coração não.
      Me desvencilhei mais uma vez, segurei seu rosto com minhas mão tremendo e disse: " Me prometa que nunca, nunca vai me abandonar?". Ao ver que ele não respondia, comecei a sacudí-lo: "Anda, promete. Promete que não vai me deixar", comecei a chorar desesperada ao ver que ele não iria me fazer aquela promessa.
     "Matheus, o que está acontecendo? Me fala, anda Matheus, me diz alguma coisa", ele abaixou a cabeça como se peisse desculpas e falou : "Só lembre-se que durante esses três anos eu te amei profundamente, que foi a coisa mais bonita que eu já senti em toda a minha vida e que você será sempre a 'minha menina', mesmo que o tempo passe, que cada um siga a sua vida com caminhos opostos, saiba que sempre te levarei aqui", pegou minha mão e me levou ao seu coração, me deu um beijo na testa e continuou: "mesmo que tudo mude, esse sentimento vai continuar aqui, intacto." O abracei com tanta força que parecia que ele iria se desintegrar.
    Ao soltar, me deu um outro beijo na testa e disse: "Adeus" fiquei paralisada ao ver que ele estava indo embora, não conseguia me mexer, as lágrimas caiam descontroladamente, e, ao vê-lo dobrar a esquina, meu coração começou  a bater descompassado, como se um pedaço meu tivesse ido junto com ele, senti uma dor que nunca havia sentido antes, fecehi os olhos e disse :"Eu também te amo muito e eu nunca me esquecerei de você, apesar de tudo, você sempre foi o meu amor e sempre será, independente do que ocorra", e mesmo sabendo que ele já estava longe, eu sabia que ele podia me ouvir. Que de alguma forma, ainda estávamos ligados. E que aquele sentimento não acabaria tão fácil.


"Mesmo que as palavras sejam esquecidas, 
que a presença não seja constante
e que os camihos sejam diferentes:
Pode ter certeza, te amarei para sempre"